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domingo, 14 de abril de 2013

SAUDOSISMO OU IMPLICÂNCIA?



Os fãs de Pokémon formam provavelmente a fandom mais contraditória de todas as muitas que nós, virtualmente ativos, temos acesso. E o uso deste adjetivo não foi impensado, pelo contrário, reflita sobre os tantos fanáticos pela franquia que você já conheceu, quantos deles já disseram amar e serem fiéis até os fios do cabelo e mantiveram este depoimento sem qualquer alteração até os dias de hoje? O fato é que ao mesmo tempo em que estes fãs estão dispostos a jurar diante do próprio Arceus que são verdadeiros admiradores de Pokémon, são capazes de chamar de ridícula uma criação recente dos gênios que trouxeram até nós os tão amados Pikachue Infernape, por exemplo.

Nesta primeira coluna que, com toda a honra e dedicação, escrevo para a PBN, irei transcrever pensamentos que até hoje me deixaram um tanto quanto confuso em relação a estas pessoas que se desmentem a cada frase que usam. Espero poder contar com sua opinião ao fim do texto e sugestões para futuras melhorias, sinta-se livre para expor suas idéias sobre este assunto que poderia até mesmo ser chamado de polêmico.


Os blogueiros de plantão já estão acostumados a se deparar com alguns hatersdurante suas conturbadas navegações via internet. Um hater, para quem não sabe, é aquela pessoa que se manifesta sobre um determinado assunto apenas para criticar negativamente e se colocar contra tudo o que é tratado, independente da veracidade ou propriedade dos fatos. Para nós, Pokémaníacos, já é quase tão habitual encontrar um hater num xat quanto um Starly nas proximidades de Twinleaf Town. Isto porque, principalmente nas três mais recentes gerações, críticos pouco estabelecidos estão dispostos a denegrir a imagem dos novos Pocket Monsters, sejam eles bons ou não.

Mas o que levam eles a fazer isto? De onde eles vêm? É assunto para mais de um Globo Repórter, mas creio que posso resumir em apenas uma palavra: saudosismo. O saudosista é aquela pessoa que valoriza em demasia o passado. No nosso caso, os fãs das primeiras gerações, às quais para eles não possuem qualquer defeito e sequer podem ser comparadas a estas “pouco criativas” gerações novas.

Na opinião destas pessoas, uma gosma disforme tal como Grimer ou Muk é muito mais bem feita que um saco de lixo como Trubbish ou Garbodor. Contudo, comparar estas duas cadeias evolutivas já é considerado um argumento passado, portanto prefiro usar outra comparação para exemplificar o que quero dizer: os saudosistas consideram normal uma tartaruga ter dois canhões acoplados ao casco (Blastoise), porém entendem como um desrespeito à imagem dos antigos Pokémons um leão-marinho usando conchas como espadas e escudos (Samurott). Contraditório ou não?

Aparentemente muitas pessoas esqueceram o verdadeiro sentido de Pokémon, que é justamente não ter sentido. Crianças que antes se enlouqueciam por um rato elétrico cresceram e se tornaram adolescentes pseudo-intelectuais cuja inteligência é afrontada por uma cobra com pernas e braços. Mas desde quando Pokémon condiz com a realidade? Não é isto que nos encanta nesta aclamada franquia? Aqueles que quiserem animais comuns em seus habitats naturais deveriam sintonizar seus televisores e assistir ao Animal Planet, lá haverá muitas criaturas comuns e originais para poderem apreciar. Entretanto, quando se decide por assistir, jogar ou ler Pokémon, é necessário certa pré-disposição para acontecimentos fora da lógica que estamos acostumados. Ou você acha que na vida real a Equipe Rocket continuaria viva depois de “decolar de novo” por mais de 500 episódios?

Talvez o erro de muitas pessoas seja tentar levar à sério um conteúdo que é feito para o público infantil. E veja só, as crianças, que são o alvo da Game Freak, não apenas adoram Pokémon como fizeram os games Black&White se tornarem parte dos jogos mais vendidos nos anos passados, mesmo quando muitos os criticavam de forma fria e sem qualquer entendimento decente sobre seus mecanismos bastante evoluídos para o que estamos acostumados a encontrar num jogo Pokémon. E não tente argumentar dizendo que é estranho treinar um Throh por conta de seu judogi, quando passou horas treinando um Hitmonchan que usa luvas de Box.

Por favor, vamos rever nossos conceitos. O que é estranho para você pode ser maravilhoso para outro e nem por isto é necessário ofender ou criticar tão cruelmente algo para poder estabelecer uma opinião. Se sua vontade é que Pokémon chegue ao fim, veja que seus esforços estão sendo frustrados, pois a franquia não pára de crescer. E enquanto você está aí perdendo seu tempo com críticas tolas, muitos novos fãs surgem e a marca prospera. Se você realmente acha que estes novos jogos são uma perda de tempo, vá jogar os títulos antigos e reviver os bons momentos que já teve em Kanto ou Johto, ao invés de tentar atrapalhar aqueles que querem se aventurar por Sinnoh ou Unova. Há um leque de oportunidades para se explorar e quem está julgando pode não passar disto, um simples julgador. Opiniões são livres para serem dadas, mas nem todas são aceitas. Reflita sobre o assunto, tente abrir a mente e se livre do cabresto que lhe impede de enxergar à volta.

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