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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Análise: Lost Odyssey (X360)



Lost Odyssey foi a grande aposta de Hironobu Sakaguchi, pai da série Final Fantasy, para o Xbox 360. Contando com um time consagrado e extremamente competente quando se trata de JRPG, a Mistwalker e a Microsoft lançaram o jogo em dezembro de 2007 no Japão e em fevereiro de 2008 nos Estados Unidos. O jogo conta a história de Kaim Argonar, um homem imortal que perde a memória logo no início da trama. Será que esta odisseia final consegue agradar aos fãs do gênero e se firmar como mais um excelente jogo de Sakaguchi e companhia?

O início da Odisseia

O jogo se inicia com uma bela sequência de animações. Uma grande batalha é retratada e, nela, somos apresentados ao protagonista do jogo, Kaim Argonar. O guerreiro vai praticamente limpando o campo de batalha, como se fosse um jogo dehack´n´slash. No entanto, abre-se uma fenda no céu, caindo lava e uma grande explosão acontece. Kaim se levanta e vê todo o campo de batalha cheio de corpos, ele é o único sobrevivente.

A partir daí, começamos a controlar Kaim Argonar pelo primeiro mapa do jogo. Por fim, o guerreiro consegue embarcar em um veículo destinado à República Mágica de Uhra. Lá, o protagonista conversa com o conselho da cidade e, nessa conversa, o jogador descobre que Kaim não se lembra de nada de sua vida. Um membro do conselho alega ter enfeitiçado Kaim para que este se tornasse imortal. Outra revelação importante é a de mais uma sobrevivente, Seth Balmore.

Uma parte da turminha de Lost Odyssey
Durante este conselho, os manda-chuvas da república apontam que o problema ocorrido no campo de batalha pode ter se dado por conta da construção de um local mágico chamado Grand Staff. Pronto, a primeira missão de Kaim está decidida, investigar esse local, já que sendo um imortal não poderá ser destruído.

Kaim é mandado junto com Seth Balmore, a outra imortal, e Jensen Friedh, nada mais do que um fanfarrão. A partir daí a história vai se desenvolvendo e colocando novos fatores políticos e sociais do mundo, novas facetas dos personagens assim como novos companheiros e inimigos. A história e a ambientação de Lost Odyssey são muito boas, e todo fã de RPG sabe o quanto isso é importante.

Tá, mas como é o jogo?

Lost Odyssey é um JRPG muito tradicional. Simples assim. Batalha por turnos bem básicas. O jogo pode assustar alguns jogadores, mas é um deleite para fãs antigos que gostam de novidades na batalha, mas que, lá no fundo, se sentem contemplados por um sistema de batalha tradicional e bem acabado.

E é isso que o jogo dá ao fã. Um aspecto interessante é o processo de aprendizado de habilidades. Os imortais não conseguem aprender nenhuma habilidade ao evoluírem de nível, algo que faz bastante sentido considerando a perspectiva da narrativa. Mas podem, no entanto, aprender ao ver os mortais, que aprendem habilidades ao subirem de level, e também ao equipar acessórios.

Sistema de "trigger" é interessante na batalha
O jogo traz alguns elementos consagrados dos RPGs, como criação de itens e acessórios, aprendizado por ganho de SP, magias bem conhecidas. Além disso, em cada ataque o jogador pode segurar o RT até que o círculo maior que aparece na tela coincida com o círculo menor em volta do inimigo, o que resulta em bônus de dano.

Repito, a experiência de jogo em Lost Odyssey é extremamente tradicional, mas não por isso menos competente.

E como esses lugares mágicos nos saltam aos olhos?

A engine utilizada para a feitura do jogo é a Unreal Engine 3.0. Os gráficos do jogo são muito bons, ainda mais considerando que é um jogo de 2007. Alguns efeitos são bem legais, outros nem tanto.

Mais uma cidade maluca e gigantesca vinda da mente de Sakaguchi
As ambientações de Lost Odyssey são bem interessantes e o trabalho gráfico consegue passar muito bem o conceito que os criadores queriam dar ao local. Montanhas, praias e diferentes cidades são apenas poucos dos muitos lugares visitados ao longo dos quatro DVDs do jogo. E todos esses locais são muito bonitos.

Pablo, qual é a música?

A trilha sonora de LO é feita por Nobuo Uematsu, e isto já dá uma senhora credencial. As músicas são muito bonitas e casam, na maioria das vezes, muito bem com o momento ou cenário. Desde temas épicos, passando por outros mais tranquilos, até temas que passam a tristeza da imortalidade. 


As canções cumprem um papel fenomenal, também, nos chamados Thousand years of dreams.

Mil anos em sonhos

Ao se deparar com algum acontecimento, Kaim Argonar lembra de certas passagens de sua vida. Kaim é um homem que já viveu mil anos. Essas crônicas sobre sua vida nos são apresentadas na seguinte forma: um texto vai aparecendo na tela, como se fosse um livro, e ao fundo algumas imagens quase simbolistas completam o conto, e como já dito, uma música acompanha os momentos de alegria ou tensão da memória.

Não vou falar de nenhum desses dreams. Para mim, só eles são motivo suficiente para se experimentar Lost Odyssey. Eu literalmente chorei já com as duas primeiras histórias. São crônicas que exprimem a tristeza de uma vida eterna, sem rumo, que já sentiu todo tipo de dor e que já viu partir milhares de outras vidas.
Kyoshi Shigematsu, roteirista do Thousand years of dreams, está de parabéns. 

E aí?

Lost Odyssey é um jogo bonito. Tanto visualmente, quanto em sua narrativa. Ele toca no coração do jogador que se deixa levar pela história. Kaim Argonar, em pouco tempo, terá se tornado uma figura apreciada pelo jogador. Os outros personagens também. É um RPG que consegue ser épico e intimista ao mesmo tempo. 

Mistwalker acertou em reunir esse time de peso, que ainda conta com Takehiko Inoue (criador dos mangás Slam Dunk e Vagabond), para fazer um JRPG bonito, interessante, emocionante e competente como não se via a anos.

Prós

História e ambientação boas
Personagens legais e diferentes entre si
Thousand years of dreams
Trilha sonora
Sistema de batalha (muito) tradicional

Contras

Sistema de batalha (muito) tradicional
Não traz muita inovação e tende à clichês


Lost Odyssey - Xbox 360 - Nota final: 9,0


Visual: 9,0 / Som: 9,0 / Jogabilidade: 8,5 / Diversão: 8,0 

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