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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Análise: Sonic & All-Stars Racing Transformed (Wii U)



As principais franquias da Nintendo sempre serviram como base para a criação de jogos de diversas produtoras pelo globo. Algumas vezes, certos conceitos são usados tão exaustivamente que mal conseguimos nos lembrar de onde eles vieram, tal como o travamento de mira, tão utilizado em jogos de ação e aventura, que foi introduzido no eterno The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Mario Kart é outra série muito utilizada como inspiração para outras franquias. Algumas, como LittleBigPlanet Karting, fracassaram, enquanto outras, como Crash Team Racing, têm fãs por todo o mundo. 


A franquia Sonic & All-Stars Racing nasceu timidamente em 2010, mas já apresentava sinais de que renderia algo bom. Contando com gráficos de ponta, dificuldade na medida e personagens com atributos bastante balanceados, o jogo foi razoavelmente bem recebido pela mídia e jogadores, de forma que era questão de tempo para que uma sequência fosse anunciada. Dois anos depois, Sonic & All-Stars Racing Transformed foi lançado para todas as plataformas e, como não poderia deixar de ser, marcou a estreia do novo console da Nintendo.

Inspirado, sim. Copiado, não!

Para quem não sabe, a franquia Sonic & (Sega) All-Stars Racing consiste em uma homenagem aos icônicos personagens e franquias consagradas da Sega que se reúnem para disputar frenéticas corridas em cenários para lá de criativos e baseados em locais importantes de títulos como Sonic, Golden Axe, Samba de Amigo e até mesmo o cult Skies of Arcadia. Durante as disputas, itens para atrapalhar a vida dos adversários podem ser coletados, o que acaba transformando as corridas em competições brutais em que os jogadores devem possuir muita habilidade, reflexos e uma pitada de sorte. Em Transformed, a fórmula é levada a (quase) novos horizontes, já que as pistas passam a se modificar a cada volta, exigindo que os carros utilizados pelos personagens se transformem em hovercrafts para atravessar passagens com água ou até mesmo adoráveis aviões para cruzar os céus.

Vyse se apresentando para a festa!

A ideia de transformação permeia todo o título, e a escolha de design da Sumo Digital pôde levar a diversas comparações com a mais recente entrada da franquia Mario Kart. Isso porque em Mario Kart 7, a turma do Reino do Cogumelo também disputa corridas que passam por cenários aquáticos e aéreos, de forma que os karts se adaptam a estes momentos. Contudo, apesar do possuírem um conceito parecido, All-Stars brilha por levá-lo a um novo patamar. O primeiro grande diferencial são as pistas, que diversas vezes sofrem transformações bruscas entre uma volta e outra. Não pretendo revelá-las aqui, já que é muito divertido iniciar uma corrida esperando ansiosamente pelo momento em que poderemos sair voando por toda a fase, mas como um bom exemplo posso citar a pista que faz referência a Skies of Arcadia, em que na primeira volta, o percurso se limita a um trajeto pelo pacato vilarejo de Vyse, enquanto que na última você deve voar pela cidade em ruínas, já que ela foi atacada por airships imperiais. Estes catárticos momentos farão qualquer fã dos jogos da Sega pirarem e pedirem por mais. E é exatamente isso que foi feito com Transformed!

As transformações ocorrem ao passar pelos arcos azuis

Balanceando as coisas

Uma das maiores reclamações quanto à série Mario Kart é que, muitas vezes, a habilidade dos jogadores é deixada de lado em prol de momentos de pura sorte (ou azar). No entanto, em Sonic & All-Stars Racing Transformed esse problema quase não existe. Os itens são muito mais balanceados, de forma que é muito difícil ir de primeiro para último por conta deles. Ao contrário de Mario Kart, os itens servem como elementos estratégicos, devendo ser utilizados com o maior cuidado e em momentos certos, o que os tornam menos banais durante as competições. Na franquia da Nintendo, os itens também devem ser utilizados com certa estratégia, mas boa parte deles faz um estrago tão grande que o momento de sua utilização não faz diferença alguma. O maior desafio de Transformed não está em fugir desesperadamente de itens assassinos, mas sim ter habilidade o suficiente para superar seus adversários. A IA dos corredores é assustadoramente boa, e ficar em primeiro em uma corrida é um desafio e tanto, mesmo nos níveis de dificuldade mais brandos.

Os cenários são caóticos

O jogo possui diversos modos, sendo o principal deles o modo World Tour, que consiste em avançar por diversos desafios, que incluem – mas não se limitam a – corridas para avançar níveis de proficiência e destravar os diversos segredos contidos no título. Há também um modo Grand Prix, que funciona de forma similar aos torneios de Mario Kart, e modos mais simples como Time Attack ou Single Race. Além disso, S&ASRT conta com modos multiplayer online e offline. A vantagem da versão lançada para Wii U é que o título pode ser jogado offline por até cinco jogadores simultaneamente, além de contar com dois modos de jogo exclusivos: Ninja Tag, baseado no universo de Shinobi, e Banana Heist, de Super Monkey Ball. O game ainda pode ser jogado inteiramente pelo GamePad, dispensando o uso da televisão para os modos para um jogador ou online.

O poder desconhecido do Wii U

Tive a oportunidade de testar versões do título para outros consoles e notei que a versão lançada para o novo console da Nintendo é facilmente superior tecnicamente. Os gráficos são incrivelmente polidos e coloridos de forma que o jogo já se consagra como um dos mais belos já lançados até o momento para o Wii U. Ao contrário da versão para PlayStation 3, em que nos momentos mais caóticos das competições acabava sofrendo com algumas inconsistências gráficas e queda da taxa de quadros por segundo, a versão para Wii U roda lisinha o tempo todo. É notável o cuidado que a Sumo Digital teve em trazer o título para o console, que além de contar com modos extras, jogatina off-screen e os Miis como corredores exclusivos, ainda conta com os melhores gráficos e corridas mais fluídas. A trilha sonora é arrebatadora e relembra todos os momentos mais marcantes das franquias homenageadas no título, desde as épicas trilhas de Panzer Dragoon até as hilárias músicas de Samba de Amigo. Está tudo lá, basta se aprofundar no título como ele merece.


Nada é perfeito

Apesar de toda a qualidade apresentada pelo título, ele ainda fica atrás, por um detalhe, de seu maior rival (ou inspiração). As fases são brilhantemente desenhadas, mas em momentos muito caóticos (principalmente os aéreos), fica um pouco difícil identificar o percurso a ser seguido para se completar a corrida. Isso ocorre porque as pistas são muito abertas e extensas, dando uma sensação de liberdade maior do que deveriam para um jogo de corrida. Espere se perder em alguns momentos e, com isso, ser prejudicado nas corridas. Claro que isso não chega nem perto de tirar o brilho de S&ASRT, mas pode atrapalhar bastante em alguns momentos, ainda mais se considerarmos que o jogo é difícil e qualquer movimento em falso pode custar toda a corrida.


Um concorrente de peso

Sonic & All-Stars Racing Transformed é um excelente título de lançamento do Wii U e é também, facilmente, o concorrente mais promissor que Mario Kart já encontrou nesses mais de vinte anos de estrada. O jogo se baseia em diversos conceitos acertados que são executados de maneira primorosa a todo o momento. Além disso, o título é um prato cheio para todos que gostam das franquias da Sega e de seu intangível legado na indústria dos videogames. Transformed é um must-buy de Wii U e a maior prova de que o console é muito capaz de apresentar títulos multiplataformas superiores aos que são lançados para seus concorrentes.


Prós

  • Belíssimos gráficos;
  • Jogabilidade balanceada;
  • Dificuldade elevada;
  • Linda homenagem à Sega;
  • Conceito de transformação muito bem aproveitado;
  • Diversos extras no Wii U.

Contras

  • Caos generalizado e pistas muito extensas podem prejudicar o desempenho dos jogadores.


UM OTIMO JOGO PARA O WIIU.

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